Como profissional da área de Psicologia Clínica, observo em meus atendimentos muitos sentimentos aflorados, dentre eles, o medo.

É de conhecimento que o medo, dentro de certos limites, é essencial para efetuarmos com sucesso as atividades do nosso cotidiano. Ele funciona como um alerta que nos obriga a fazer as coisas com atenção. A sensação passa a ser prejudicial quando, ao invés de ajudar, ele nos imobiliza. É importante ter consciência do que se está sentindo para tentar superar (vamos falar mais sobre isso nos próximos textos).

Pensando na situação que estamos vivendo hoje em nossa cidade, estado, país e no mundo, acredito que ao entrarmos em contato com essa situação enxergamos algo que dificilmente fazemos: pensar na morte; isto porque o vírus está presente, está próximo, o que nos ativa o sentimento de medo.

A partir de uma necessidade corporal, se pensa na morte. Mas, se não pensamos na morte também não pensamos na saúde e, ao pensar na morte, pensamos na vida espiritual. Por causa do medo da morte, o vírus está nos ensinando a cuidar da vida física e nos fazendo rever a dimensão espiritual, afinal somos um “todo”, tudo está “ligado”; somos corpo, alma e espírito, somos espiritualizados, um ser transcendente.

Penso que o ato de fazer psicoterapia também é um ato de espiritualidade, caso contrário ficaríamos fragmentados. Quando uma parte não está bem o TODO é afetado. Em Jó 3,25 vemos que: “Todos os meus temores se realizam, e aquilo que me dá medo vem atingir-me”. Não deixe o medo tomar conta, busque Aquele que tomou sobre si as suas dores. Precisamos lembrar que não somos perfeitos e buscar aceitar-se para ter um autocuidado. Não se vitimize. Mude o foco da preocupação.

Autora: Psicóloga Clínica Marilene Pilon – CRP: 06/113416