“A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11,1.6).
Experimentamos o amor de Deus, aprendemos que o pecado nos afasta e que precisamos confiar na misericórdia de Deus para abandonar o pecado, ser perdoado por Deus e voltar à Sua presença. Jesus é o nosso salvador, que nos arrancou do pecado pela misericórdia de Deus. Agora precisamos de uma fé consistente e um caminho de conversão para não retornarmos ao pecado e permanecermos na salvação de Jesus.
Para alcançarmos esta graça da reconciliação com Deus é preciso de um dom e de um passo, o dom da fé e o passo rumo à Jesus para passarmos por uma grande, profunda e verdadeira conversão.
A fé é dom de Deus e está inserida em nós desde o nosso nascimento, pois ela é representada pela esperança que é um instinto do ser humano. A fé é fortalecida com o exercício dela mesma, ou seja, colocando em prática aquilo que cremos, e também é fortalecida com o conhecimento, quanto mais conhecemos a nossa fé mais podemos vivenciá-la.
Não podemos confundir fé com sentimento, pois as emoções são parte da nossa humanidade e a fé é obra do Espírito Santo que nos move para Deus, onde saímos da nossa condição humana e entramos na Divina. A fé brota do coração de Deus e chega até nós por Jesus Cristo na força do Espírito Santo.
É pela fé que fazemos a nossa experiência pessoal com Jesus Cristo quando nos abrimos ao amor de Deus e permitimos que o Espírito Santo assuma o comando da nossa vida.
A vivência da fé e o seu exercício são fundamentais para a nossa vida com Jesus, com a Igreja e a Comunidade. Ao crescermos na fé a maturidade acaba acontecendo, pois, o crescimento na fé se dá através da maturidade.
Quando avançamos para a fé madura e adulta, a nossa relação com Deus e a Criação se tornam melhores e mais consistentes. Quem chegou a maturidade da fé dificilmente mudará de religião, assim o adulto na fé, que não abandonará sua crença, mesmo que ela esteja abalada, ficará firme nas suas convicções religiosas.
Embora a mudança faça parte do ser humano e do seu comportamento, a fé consistente persiste, pois, a mudança ocorre no interior, no coração e não em atitudes, podemos mudar, mas permanecemos na mesma realidade, por exemplo, podemos mudar a realidade de um casamento sem que ocorra a separação.
A fé é também expectativa, quanto mais a exercitamos, mais ela se manifesta, não é poder humano e nem pensamento positivo, é fé que brota do coração do homem e chega ao coração de Deus acontecendo assim à graça.
O coração do homem unido ao coração de Deus move céus e terra e tudo que buscamos segundo a vontade de Deus acontece. Agora, quando duvidamos em nosso coração do amor de Deus, da Sua presença em nossa vida, nos afastando Dele, colhemos como consequência o enfraquecimento da nossa fé, pois a dúvida gera fraqueza e a confiança ao contrário, gera força.
Devemos ter consciência que o mais importante na fé é não perdê-la. A cada dia devemos pedir ao Senhor para “aumenta a nossa fé”, pois quando ela está fortalecida nos aproximamos de Deus e assim estamos protegidos, em Suas mãos poderosas.
Do livro: “Kerigma, encontro pessoal com Jesus Cristo” de Márcio Múrcia.
Imagem: padrepauloricardo.org