“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Deus nos amou primeiro, antes mesmo de existirmos, Seu amor é incondicional por cada um de nós. E Seu filho Jesus é a prova concreta do amor de Deus por nós, pois quando alguém diz que nos ama esperamos uma prova e Deus não poupou o seu único Filho para concretizar este amor.
São três fases para o entendimento do amor de Deus:
1ª. Deus me ama incondicionalmente, merecendo ou não Ele me ama. Quando descubro esta maravilha me sinto amado por Deus e o único, muitas vezes chego a pensar que Jesus morreu na cruz só por mim, é o amor imaturo.
2ª. Vou crescendo na fé e descubro que Deus me ama, mas ama a todos, posso entrar em crise de fé, pois descubro que Deus me ama, mas ama muito mais aqueles que eu classifico como não merecedores. Também descubro que Jesus morreu na cruz por toda a humanidade, e não somente por mim, como eu pensava antes, que o amor é divido entre todos sem distinção abundantemente, para bons e maus, santo e pecadores. Esta é a fase de egoísmo e da exclusividade.
3ª. Chego a maturidade da fé, sou feliz porque Deus me amou primeiro e me ama incondicionalmente. Ele me ama como sou, sem requisitos ou exigências, compreendo que Deus ama a todos e que Jesus morreu na cruz por todos, mas Deus tem um amor único e especial para cada um de Seus filhos, pois a mãe faz isso, ela ama a todos os seus filhos, mas tem algo de especial e particular com cada um deles, uns estão mais próximos outros mais distantes, uns são mais carinhosos outros não, mas ela ama a todos.
Deus ama a todos os Seus filhos, mas me ama como a ninguém, tendo predileção por mim e por todos os outros, Jesus morreu na cruz por toda a humanidade, mas morreu especialmente e especificamente por mim, Ele carregou sobre si todos os pecados da humanidade, mas carregou individualmente os meus.
Maduro na fé já não fico mais revoltado porque Deus ama mais o pecador, e também não fico indignado com Jesus que morreu principalmente por aquela considerada as piores pessoas do mundo. Esta é a fase da maturidade e da partilha.
Três outras fases fundamentais para o amor de Deus:
1ª. Eu me abro e me entrego totalmente ao amor de Deus, mesmo que seja aos poucos, me torno dependente Dele, experimento o Seu amor abundantemente, vencendo as minhas reservas e restrições de me entregar e de deixar-se amar por Deus. Como diz o profeta: “Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir!” (Jr 20,7a).
2ª. Eu respondo e correspondo ao amor de Deus amando-O. Todo amor é recíproco e com Deus não é diferente, Ele nos ama e deseja o nosso amor, deve ser livre, espontâneo e de coração, podemos fazer a mais bonita oração, o melhor louvor, a caridade mais generosa, o amor mais sincero, o sacrifício mais dolorido, a adoração mais profunda, ou seja, podemos oferecer tudo a Deus, mas Ele já possui tudo, mas falta uma coisa apenas que Ele não tem e que deseja ardentemente, o nosso coração, que é o que temos de mais precioso.
3ª. Eu sou amado por Deus, amo a Ele e consequentemente amo e respeito toda a criação, pois é obra de Deus, e amo mais ainda a obra prima da criação, o homem, sentindo um amor profundo por mim mesmo, pois, fui criado à imagem e semelhança de Deus e fui amado ao extremo por Jesus na cruz e sou animado e fortalecido pelo dom do Espírito Santo. Brota em mim um amor grandioso pelo meu semelhante, olhando para ele como imagem e semelhança de Deus.
Do livro: “Kerigma, Encontro pessoal com Jesus Cristo” de Márcio Múrcia.
Imagem de capa: fotografiareligiosa.com.br