A escuridão:

Quando o homem foge da luz, encontra a escuridão. Não existe meio termo, porque a penumbra não dá clareza suficiente e deixa apenas uma visão parcial.

A pessoa que se fechou inteiramente para o conhecimento vive na escuridão. Uma pessoa que resiste em enxergar a realidade em que vive acaba sendo chamada de cega, pois mesmo não tendo a deficiência visual vive como se não enxergasse.

A escuridão é diferente da ignorância, porque ignorar significa estar distante do saber, enquanto que estar na escuridão é estar fechado ao saber. Neste caso, toda a leitura e todo o aprendizado são em vão, e não haverá nada, com exceção da própria pessoa, que possa mudar esta situação, e mesmo que ela tenha o conhecimento dentro de si, não o colocará em prática.

Quando uma pessoa está fechada para aquilo que é novo e benéfico está optando por continuar na escuridão, porque uma coisa ultrapassada, por melhor que seja, se já está com o seu tempo vencido, precisa ser renovada, não porque não serve mais, mas sim porque deve ser substituída por alguma coisa melhor, com mais eficiência, comodidade e produtividade.

A luz:

O homem vive em busca da luz, e são tantas que lhe oferecem que, muitas vezes, fica perdido porque é ofuscado por elas. Então, como saber qual é a luz verdadeira? É muito simples, basta analisar qual se mantém acesa por um período de tempo maior, porque aquelas que brilham, mesmo que seja um brilho muito forte, mas logo em seguida se apagam são ilusórias, e por isso não conseguem sustentar este brilho.

Na leitura acontece a mesma coisa, um livro que leva à reflexão, à transformação e à vivência é como a luz que não se apaga e que se sustenta para sempre, agindo e modificando a vida de quem o lê. E quando isto acontece, mesmo que se passem anos, o leitor vai sempre se lembrar daquilo que leu.

Na verdade, é preciso que o homem saia da escuridão e encontre a luz, para que seus pensamentos sejam claros e ele possa estar bem, tanto em relação ao seu interior como ao seu exterior.

Vivendo com profundidade a luz e negando a escuridão, o homem se tornará sábio e terá sempre o discernimento para conduzir sua vida.

 Do livro: “Para quem não gosta de ler” de Márcio Múrcia.