Os nossos bens materiais são conquistas que nos custaram, muitas vezes sacrifício, trabalho, economia, organização, planejamento e até privações. Um passo importante para a bênção nos bens que já adquirimos e dos que teremos futuramente é reconhecer a mão de Deus em tudo, mesmo que as nossas aquisições sejam fruto do nosso trabalho e tudo mais que já enumerei. A graça de Deus esteve sempre na frente, começando pelo dom da vida que recebemos de Deus, todos os dias em que trabalhamos para conquistar estes bens.

Pessoas que se consideram merecedoras de reconhecimento dos seus feitos, se achando os senhores da situação, não conseguem reconhecer a mão de Deus. Não é desprezo pela nossa participação que foi fundamental. Deus não faria o que fizemos, mas Ele é o único e responsável pelo nosso sucesso.

Ao reconhecermos a mão de Deus em nossas conquistas, estamos consagrando a Ele nossos bens e recebemos uma proteção especial sobre eles. Para manter esta consagração é bom fazermos uso destes bens para o Reino de Deus; colocar a serviço da obra de Deus os nossos bens e pertences é uma cultura religiosa que conserva e multiplica nossas posses.

Fugir do egoísmo e do uso dos bens e pertences somente para a nossa satisfação e partilhar com os outros as nossas conquistas, faz-nos pessoas mais felizes. Quem coloca à disposição das obras de Deus o que possui, é um evangelizador também.

Existem pessoas que se sentem afrontadas pelo simples fato de alguém pedir um bem emprestado. Estas estão longe da partilha e do sentido dos bens adquiridos.

Um cuidado especial precisamos tomar ao colocarmos nossos bens e pertences a serviço de eventos e comemorações que dizem não a vida e contrariam a evangelização. Corremos o risco de contribuir com a corrupção, com as drogas, prostituição, promiscuidade, bagunça e rituais não agradáveis a Deus e ao bem-estar comum.

Também corremos o risco de promovermos obras do demônio e assim levar pessoas a perdição eterna. Estejamos atentos a quem e para o que estamos cedendo os nossos bens materiais.

Ao invés de consagrado a Deus, podemos tornar nossos bens, pertences e conquistas, em morada para o demônio, tornando-os instrumentos para propagação do mal. Quem promove o mal prestará contas dos seus atos e quem participa está sendo conivente.

Podemos abençoar também nossos bens com as palavras. Quando reconheço o dom de Deus agradecendo e louvando pelas maravilhas que alcançamos, podemos também mudar a nossa cultura e mentalidade quando estamos diante de um bem quebrado, danificado e ultrapassado, usando destas palavras: “Este meu carro está muito velho, mas vou ser abençoado com outro mais novo”, “Este fogão está quebrado, mas serei abençoado com um novo logo”, “Esta casa está precisando de reforma, desejo ser abençoado para isso”, “Este computador é muito lento, preciso de um mais rápido, me abençoa Jesus”. Com esta nova mentalidade seremos canal de bênção para nós mesmos, gerando situações novas e abençoadas.

Não podemos fazer ao contrário, pois geramos maldição, atrasamos as trocas e nos afastamos dos benefícios. Exemplos de palavras que amaldiçoam: “Este meu carro é uma porcaria, um lixo’, “Este fogão é uma desgraça, não serve mais para nada”, “Odeio esta casa com suas rachaduras e falta de pintura”, “Vou jogar pela janela este computador, parece uma tartaruga velha e doente”. Com estas palavras nos esquecemos que um dia fomos abençoados com estes bens que eram novos, agimos com ingratidão, geramos maldição depreciando, e nos distanciamos da graça e do movimento de Deus em nosso favor.

Os bens materiais são bênçãos de Deus, mas não levaremos nada para a eternidade, então façamos deles instrumentos para o nosso bem-estar e o uso para a partilha e a presença do Reino de Deus. Nunca façamos uso deles para a infelicidade, disputas, brigas, corrupção, morte. Jamais colocá-los ou permitir que sejam usados para obras e situações que destroem a vida, causam morte e propagam as obras do demônio.

Do livro: “O poder da palavra” de Márcio Múrcia.