“Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado” (Jo 8,24).
Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que, além disso, é cometido com plena consciência e deliberadamente” (Catecismo Igreja Católica, 1857).
O que é matéria grave?
“É precisada pelos dez mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19).
A gravidade dos pecados é maior ou menor: um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estrangeiro” (CIC, 1858).
E plena consciência?
“Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição a lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam o caráter voluntário do pecado” (CIC, 1859).
O que é deliberadamente?
“É uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus” (CIC, 1861).
Em suma, quando ocorre o pecado mortal?
É bom notar que para haver o pecado mortal é preciso que a pessoa queira deliberadamente, isto é, sabendo e querendo uma coisa gravemente contrária à lei de Deus e ao fim último do homem. Para que haja um pecado mortal deve haver pleno conhecimento e consentimento; e quem peca deve saber e deve ter consciência do caráter pecaminoso do ato a praticar e de sua ofensa à Lei de Deus.
Aquele que morre em pecado mortal está privado da glória eterna, não tem salvação. Não queremos ocupar o lugar de Deus e muito menos julgar que está salvo ou condenado, isto não cabe a nós e muito menos duvidamos da Misericórdia de Deus, Ele não entregou Seu filho Jesus na Cruz para a perdição e sim para a salvação, mas não podemos nos esquecer que Deus também é justiça, então seremos julgados segundo o nosso coração e nossas ações.
Precisamos todos nós evitar o pecado porque nos prejudica e aos outros, mas também para não corrermos o risco de desperdiçarmos a salvação eterna. Lembramos que Jesus Cristo já morreu na Cruz pelos nossos pecados e Ele já pagou o preço da nossa redenção.
A salvação de Jesus é para todos, é nós que aceitamos a Sua salvação ou não, com isso sabemos que Deus não condena a ninguém, é a pessoa que se condena rejeitando a salvação de Jesus.
Também não temos a intenção de fazer terrorismo, pelo contrário, não apresentamos a condenação e sim a salvação eterna, então precisamos de consciência para não ser pegos de surpresa e nem nos perdermos por ignorância lembrando que é desejo de Deus, e nosso, que todos se salvem.
Do livro: “Kerigma, Encontro Pessoal com Jesus Cristo” de Márcio Múrcia.
Imagem: padrepauloricardo.org