“A língua sã é uma árvore de vida; a língua perversa corta o coração.” (Pr 15,4)
O nosso coração tem um grande poder para abençoar e também para amaldiçoar a nós mesmos, nossas coisas e aos outros. Um coração amoroso, que não guarda rancor, que consegue perdoar, aberto para dar e receber, que respeita a liberdade e a vida do outro, gera em nós mesmos, nas nossas coisas e na vida dos outros, bênçãos dos Céus.
Um coração bondoso, que acolhe as contrariedades da vida com paciência e fé, que não busca somente seus interesses próprios, é um canal de alegria e satisfação. Ele é capaz de alcançar o coração de Deus, porque existe uma compatibilidade entre seu coração do bem e o coração de Deus, que é o próprio bem por excelência.
Quando um coração se fecha em si mesmo, está voltado somente para seus interesses. Não perdoa, é insatisfeito e rancoroso, maldoso e cheio de malícia. Este coração gera maldição para a própria pessoa, suas coisas ficam amarradas e acaba por exalar este mal para àqueles que são parte da sua convivência.
Um coração invejoso vai querer destruir a felicidade do outro por não possuir a felicidade que gostaria de ter. Então ficará revoltado com a sua infelicidade, e o desejo de destruir a felicidade do outro lhe parece trazer alívio e até satisfação.
A boca fala daquilo que o coração está cheio, então um coração cheio de amor, misericórdia e compaixão, vai exalar pela sua boca palavras que abençoam. Ele é portador do amor e vai exalar este amor gerando mais amor. Com isso a bênção vai invadindo as vidas, as realidades e os negócios da própria pessoa e daqueles que estão ao seu redor.
As palavras serão reconfortantes e animadoras. O elogio, o reconhecimento, o desejo de felicidade, a força e o incentivo para o sucesso do outro será constante e verdadeiro. Se o coração estiver cheio de maldades e revoltas, ele será canal do mal e os resultados serão desastrosos, traumáticos e decepcionantes.
A revolta causa indignação. Uma pessoa revoltada fica irritada com tudo e com todos e começa o bombardeio de palavras maldosas, atingindo quem estiver a sua frente. Não importando se são inimigos ou amigos. Todos serão atingidos.
Suas palavras serão amargas e destrutivas. Nada de elogios, agradecimentos ou reconhecimentos. A pessoa pode fazer o bem com todo amor e carinho, o coração cheio do mal, vai sempre achar que é pouco. Pensa sempre: foi feito com má vontade ou interessado, ou seja, sua insatisfação leva-o a ingratidão sempre.
O coração cheio de maldades vai pagar o bem que recebeu com malícia, porque não suporta o bem do outro. É um incomodo grande. As trevas não suportam a luz. Então é preciso apagar a luz para permanecer nas trevas. Ou então acender a luz para iluminar as trevas.
Do livro: “O Poder da Palavra” de Márcio Múrcia.