Citei no primeiro texto a importância de ter consciência do que se está sentindo para tentar superar o medo. O autoconhecimento significa se conhecer, saber mais sobre si mesmo. A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controle sobre suas emoções, independentemente se são positivas ou negativas.
Autoconhecimento e saber quem você é trata se de um momento para se “olhar”, se reconhecer, identificar suas qualidades e dificuldades, porque fazemos parte de um todo. Neste processo de se observar, ocorre a ampliação da consciência, e então podemos nos perguntar: o que estamos fazendo? Para que? Como? Desta forma, podemos mudar esse padrão de comportamento disfuncional e não nos deixarmos agir pelo hábito de “fazer pelo simples fato de sempre ter feito desta maneira”.
No sentido das emoções, nos perguntamos sempre antes de agir para não “pegar” o que não é nosso. Tenho um exemplo de uma pessoa que na fila da padaria, aguardando sua vez, percebeu que alguém entrou na sua frente, furando a fila; este se sentiu ofendido, desprezado, ficou com muita raiva e pensou: “vou embora para casa”. Mas, de imediato tomou consciência de que isso não era certo, se questionou: “por que se deixar levar pela ira?”; e permaneceu na fila. Segundos depois houve uma discussão e ele toma frente rezando um Pai Nosso em alta voz, acalmando a situação. Ao chegar em casa, tomou consciência do fato de que aquela boa ação não iria ocorrer se não tivesse permanecido e “passado por cima” da ira.
“Não temas nada, homem de predileção! Que a paz esteja contigo! Coragem, Coragem!” (Dn 10,19).
Autora: Psicóloga Clínica Marilene Pilon – CRP: 06/113416