As situações que levam ao sentimento de medo podem ser inatas (não depende de experiências vividas) ou aprendidas ao longo do tempo.

Podemos pensar em um animal de estimação, mesmo sem nunca ter entrado em contato com um predador, o animalzinho “nasce” sabendo que existe um perigo! Em nosso caso, mesmo nunca termos despencado de algum lugar, sentimos receio quando estamos em lugares altos. E o que seria isso? O medo é um dos sentimentos mais primitivos do ser humano, ele serve para nos livrar do perigo; fez com que a espécie humana fosse preservada e chegasse até os dias de hoje.

Vamos pensar na época paleolítica, período da pré-história com os homens das cavernas. Quando eles saiam para caçar, corriam riscos, passavam por perigo real e o cérebro emitia um comando de alerta para fuga ou luta e, neste momento, os sintomas apareciam como, por exemplo, taquicardia, respiração ofegante, suor nas mãos, para que pudessem se afastar do perigo e se protegerem. Mas, hoje não é diferente; temos o mesmo comando cerebral, com os mesmos sintomas. Observe quando você passa ou passou por algum perigo, um acidente, um assalto, um cachorro bravo, enfim, essa situação trata-se de um medo real. Mas agora pense em situações da sua vida onde os perigosos não são reais (fazer uma leitura em público, falar com alguém que você julga importante, fazer uma palestra, falar de você, etc.), e perceberá que os sintomas surgiram no mesmo nível: taquicardia, boca seca, tremor, suor, por exemplo.

Muitas vezes enviamos o comando de perigo para o cérebro em situações que pensamos que não daremos conta ou que o pensamento antecipe uma sensação de fracasso, mas este tipo de “perigo” falamos que é imaginário, ou seja, está no campo das emoções e é possível revê-los.

Autora: Psicóloga Clínica Marilene Pilon – CRP: 06/113416